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Dom Casmurro

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Machado de Assis


Não deve ter sido nada fácil para Machado de Assis, um mestiço, pobre e com problemas de saúde, estudar e escrever numa sociedade escravocrata que valoriza o dinheiro e o diploma. Machado não freqüentou escola regular. Sua formação autodidata foi um processo constante que só terminou com sua morte. Aos 69 anos, quando morreu, estava estudando grego.Havia lido e incorporado muito do tom e da técnica de escritores como Sterne, Swift, Leopardi, ou de filófofos como Schopenhauer. "Dom Casmurro", que teve sua primeira edição lançada em 1900, pode ser compreendido como a autopsicanálise de Bento Santiago, que viveu uma história de amor com final trágico. Emotivamente, encontra-se mutilado, pois acredita ter sido traído pela esposa, Capitu, e pelo melhor amigo, Escobar. Muitos anos após a morte dos dois, decidiu escrever um livro para se livrar dos fantasmas do passado, demonstrando definitivamente que não errou na atitude que tomou em relação à mulher e ao filho. A ação se passa aproximadamente entre 1857 e 1875, embora o livro tenha sido escrito na década de 1890. Na infância e adolescência, Bento de Albuquerque Santiago morava na rua de Matacavalos (Rio de Janeiro), com sua mãe viúva dona Glória, a prima Justina, o tio Cosme e o agregado José Dias. Na casa ao lado, vivia Capitolina (Capitu), filha de Pádua e Fortunata. Ao contrário da família de Bentinho, os pais de Capitu são pobres. Mesmo assim, os meninos conviveram como amigos.